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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Networking. Nunca diga não à oportunidade de conhecer alguém

Quase tudo o que consegui nos últimos dois anos, desde falar na CNN e ver a minha empresa, a Muse.com, ultrapassar 1,7 milhões de utilizadores em menos de um ano, teve origem na rede de contactos que estabeleci e na ajuda que recebi dessa rede vasta, diversificada e ativa.
O melhor conselho que posso dar? Diga sempre sim a convites, mesmo que não perceba bem o que tem a ganhar. Não falo de conversas longas e inúteis com toda a gente que conhece. Mas muitos dos meus conhecimentos resultaram de um encontro sobre cuja finalidade eu não estava certa.
No fundo, trata-se de fazer as ligações certas. Não podemos assumir que sabemos muito sobre alguém que, na realidade, não conhecemos. Podemos saber o que faz, em que áreas se move e qual é o seu cargo, mas desconhecemos se é um perito num dado assunto ou simplesmente quem essa pessoa conhece.
É impossível passar os dias em reuniões, mas encontrar-se regularmente com algumas pessoas - que lhe pareça que estão a fazer algo interessante -, sem um fim determinado, pode trazer benefícios inesperados. Duas das pessoas que me recomendaram para a lista da Forbes 30-under-30 eram conhecimentos casuais. E algumas das melhores parcerias que consegui para o Muse resultaram de encontros com pessoas que se lembraram de mim.
Claro que, a par desta filosofia, há uma estratégia: se quer alguma coisa, diga-o a todos aqueles com quem se cruzar. Quando falar dos seus objetivos e desejos profissionais, seja honesto. Uma dose de vulnerabilidade faz milagres a transformar uma conversa banal num encontro significativo. Em janeiro, eu queria desesperadamente uma parceria com a Yahoo. Durante o mês inteiro, sempre que me perguntavam "estás boa?", respondia qualquer coisa como: "Ótima! Acabo de lançar o YCombinator, que tem sido uma aventura, e agora estou a tentar uma parceria com a Yahoo." Das cem conversas que tive, 97 não deram em nada. Mas três pessoas reagiram sugerindo que contactasse um conhecido, familiar ou amigo seu que trabalhava lá e oferecendo-se para me apresentar. Em 30 dias, passei de zero conhecimentos na Yahoo a três apresentações calorosas. Seis semanas depois, os conteúdos do Muse estavam no Yahoo! Shine.
Eu não fazia ideia de que aquelas três pessoas podiam ser determinantes e até podia ter optado por mandar um e-mail aos meus conhecidos a perguntar se alguém podia ajudar-me, mas pareceria uma imposição. A estratégia de garantir uma sucessão de encontros e contar a toda a gente o meu problema mostrou ser a certa.
Ao adotar esta estratégia, assegure-se de que são questões que podem resolver-se simplesmente tendo acesso a alguém, como angariações de fundos, e não complicados problemas que precisam de horas de dedicação, como estratégias de crescimento ou decisões de produto.
Não sabe como construir uma rede? Apareça. Muito! Pode parecer simples, mas muita gente, depois de 16 horas de trabalho, tem zero vontade de socializar com desconhecidos. Comprometa-se a aparecer pelo menos num evento por semana e vá aumentando a frequência - para saber onde ir, subscreva newsletters de anúncios destes acontecimentos.
As pessoas tendem a oferecer oportunidades àqueles de quem se lembram. Aconteceu milhões de vezes fazer conversas de cinco minutos com pessoas que frequentam este tipo de encontros e, quando precisaram de alguém com as minhas capacidades, lembraram-se de mim. Porquê? Porque me tinham visto na véspera.
As redes de conhecimentos são poderosas e, devidamente trabalhadas, rodeiam-no de pessoas capazes de lhe dar o empurrão de que precisa. O sítio certo para as construir são encontros casuais, como beber um copo depois do trabalho ou fazer um favor a alguém mesmo que não veja como poderia ajudá-lo. Na altura certa, esses contactos vão revelar-se muito úteis.
Kathryn Minshew é fundadora e CEO do site de procura de emprego The Muse 


{Daqui}

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